sexta-feira, 14 de outubro de 2016

MOXABUSTÃO


A Moxabustão é uma técnica terapêutica utilizada em Medicina Chinesa.
Acupunctura e Moxabustão são geralmente consideradas como fazendo parte de uma mesma terapia (o termo em chinês zhen jiu refere-se a ambas).
Em 1983, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu-as nas terapias convencionais.
Em 2010, as duas foram declaradas Património Cultural Imaterial da Humanidade.


A Moxabustão é uma técnica mais ancestral do que a Acupunctura. É utilizada desde o ano 200 a.C. Trata-se de uma das melhores práticas da Medicina Chinesa para tratar e prevenir problemas de saúde.
Segundo a Medicina Chinesa:
"Quando uma doença não responde às ervas e à acupunctura, a moxabustão é a técnica de eleição".

MAS O QUE É A MOXABUSTÃO?
É uma terapia utilizada na Medicina Tradicional Chinesa que utiliza o calor gerado pela combustão da moxa (Artemisia vulgaris), com o fim de estimular determinados pontos do corpo.


O calor gerado durante a Moxabustão ajuda a aumentar o fluxo de energia vital por todo o corpo, através dos meridianos, e a restabelecer assim o equilíbrio interno. A estimulação destes pontos activa os sistemas circulatório e imunitário e aumenta a capacidade curativa do nosso próprio corpo.
A artemisia é uma erva única pelo comprimento de onda que gera. Pode aquecer até 125ºC . Este calor é muito especial e foi considerado único, devido às suas excelentes propriedades.

A Moxabustão, tal como a Acupunctura, influencia várias áreas corticais, subcorticais límbicas e o tronco cerebral (1), relaxando o organismo, estimulando o sistema imunitário e aumentando a sensação de bem-estar geral.

COMO SE PRATICA A MOXABUSTÃO?
Existem dois tipos de Moxabustão:
Directa - um pedaço de algodão de moxa é moldado na forma de bago de arroz ou de cone e aplicado directamente na superfície da pele no ponto de acupunctura escolhido. Pode criar uma pequena cicatriz ou ficar apenas avermelhado, pelo que este método só deverá ser utilizado por especialistas;

Indirecta - utilizam-se alguns materiais entre o cone de moxa e a superfície da pele:


a) Gengibre - trata síndromes de debilidade e frio, por exemplo dores abdominais, dores nas articulações, diarreia, vómitos, náuseas, etc.
b) Alho - trata úlceras da pele, reacções alérgicas motivados por picadelas de insecto, tuberculose, etc.
c) Sal - trata dor aguda do abdómen, diarreia infecciosa, vómitos, AVC, paralisia corporal, etc.

Ou Moxabustão com bastões (indirecta), que é o método mais usado na Europa e Estados Unidos e o mais simples que se pode eleger para fazer em casa!
As técnicas com bastão de moxa podem variar de acordo com a situação que se deseja tratar; contudo, a sua eficácia revela-se predominantemente em problemas pediátricos, pacientes em estado de coma e pessoas que perderam sensibilidade na pele, tratam a dor e a neuropatia derivadas da quimioterapia (adormecimento das pernas ou dos braços).



A técnica executa-se fazendo arder a moxa colocada sobre um ponto ou zona específica do corpo. Tem-se uma agradável sensação de calor e as cinzas não dispersam nem caem sobre o paciente. O calor penetra em profundidade no corpo sem danificar a pele (podendo esta apresentar-se apenas avermelhada ou com leve prurido, durante ou imediatamente após o tratamento).

Por último, importa referir que a Moxabustão é uma terapia coadjuvante do tratamento com quimioterapia (2) e radioterapia (3), já que aumenta a eficácia destas e diminui os seus efeitos secundários, sobretudo vómitos e náuseas, boca seca ou xerostomia.(4)
Também trata dor provocada pelo cancro (5, 6) e melhora a qualidade de vida de pacientes oncológicos.(7) Para além disso, melhora a função das células imunitárias mediante vários mecanismos.



A Moxabustão é especialmente recomendada em pediatria, ginecologia, oncologia, pós-operatório e problemas gastrointestinais.


(1) Hui, K. K., et al., Acupuncture modulates the limbic system and subcortical gray structures of the human brain: evidence from fMRI studies in normal subjects. Hum Brain Mapp. 2000; 9: 13-25.
(2) Liu, J., Yu, R. C., Rao, X. Q., Study on Effect of Moxibustion and Guben Yiliu 2 Combined with Chemotherapy in Treating Middle-Late Stage Malignant Tumor. Chin J Integr Tradit West Med. 2001, 21:262-4.
(3) Chen, K., et al., Clinical Study on Treatment of nasopharyngeal carcinoma by radio and chemotherapy with supplementary Moxibustion on Shenque point. Chin J Integr Tradit West Med. 2000; 20:733-5.
(4) Cheng, Z., Jiang, Chen, K., Radiochemical and chemotherapy therapy with Shenque Point Moxibustion treatment of 42 cases of advanced nasopharyngeal carcinoma. New J Tradit Chin Med. 2005; 37:58-9.
(5) Kuai, L., Chen, H., Yang, H.Y., Current status and prospect of acupuncture-Moxibustion in treatment of cancer pain: a review. Zhong Xi Yi Jie He Xue Bao. 2008, fevereiro; 6 (2): 197-202.
(6) Zhang, J. L., et al., Research of Moxibustion therapy for cancer: a review. Jiangxi J Tradit Chin Med. 2008; 39: 59-61.
(7) Bian, D., et al., Effects of Acupoint-injection plus Moxibustion on IL2/IL 2R expression in peripheral blood in the patient with carcinous pain. Chin Acupunct Moxibustion. 2004; 24: 641-4.


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