Os antibióticos são maravilhosos, em certos casos são os “salva-vidas”da
medicina – isto, quando utilizados
correctamente e com moderação.
Infelizmente, os antibióticos têm sido irresponsavelmente
demasiado prescritos e erradamente administrados em condições em que não são
efectivos, tais como infecções virais. Este facto tem levado ao desenvolvimento
de diversas estirpes de bactérias infecciosas que se são resistentes ao
tratamento com antibióticos.
Ainda assim, mesmo que não seja este o caso, os antibióticos devem estar reservados
apenas para alguns casos em que são verdadeiramente necessários. Isto
porque o seu efeito é demasiado potente – não
elimina apenas as bactérias causadoras da doença, mas também, eliminam as
“boas” bactérias, as quais permitem manter o estado saudável do nosso
organismo.
Em particular, o trato digestivo é a “casa” onde muitas
bactérias “boas” e fungos se alojam, numa relação simbiótica, na qual ambas as
partes (as bactérias “boas” e o nosso corpo beneficiam). Estas bactérias e
fungos ajudam na digestão dos alimentos e na eliminação dos produtos “tóxicos”
da digestão.
Se, no entanto, os
antibióticos são continuamente administrados, perturbam este equilíbrio. Daí em
diante, diversos eventos, com repercussões profundamente negativas no nosso
bem-estar e saúde, acontecem - resultado do descontrolo destas populações de
bactérias e fungos, que se propagam:
1.
Bactérias e fungos invadem o interior do corpo,
saindo do trato digestivo; uma vez “fora” da sua “casa”, elas terão que se
proteger a si mesmas do ataque do nosso sistema imunitário; neste sentido, elas
irão inteligentemente produzir substâncias que a) enfraquecem o sistema imunitário, tornando-o menos eficiente, e b) debilitam o equilíbrio hormonal do corpo
(impedindo a homeostase salutar e normal);
2.
Eventualmente bactérias e fungos morrem,
tornando-se moléculas que o nosso sistema imunitário reconhece como estranhas e
realiza uma nova resposta ou ataque; assim, toda esta situação enfraquece o sistema imunitário,
confundindo-o e causando a perpetuação de “combates” entre bactérias e fungos
causadores de doenças e os produtos que actuam com o intuito de os eliminar;
3.
Bactérias e fungos atravessam as paredes dos
intestinos, tornando-as permeáveis a moléculas de alimentos não digeridas, que
o organismo reconhece como estranhas, desencadeando-se outro ataque ou resposta
imunitária; então, o corpo (doente)
torna-se alérgico as estas moléculas – alergia não é mais do que uma
resposta imunitária a uma substância que, em pessoas saudáveis, não causa
normalmente uma reacção imunitária (a mesma substância, não é reconhecida como
estranha).
Deste modo, todo o
processo de eliminação de bactérias “boas” por utilização repetida de
antibióticos leva a:
1.
Flora intestinal débil;
2.
Desregulação hormonal do sistema imunitário;
3.
Perpetuação de respostas alérgicas.
Finalmente e por tudo isto, o sistema imunitário é sujeito a
excessivo trabalho e a um permanente desequilíbrio, perdendo o discernimento
entre o que é estranho e o que não é – acontecem
auto-ataques que originam as chamadas doenças auto-imunes, tais como, artrite reumatóide, esclerose múltipla,
lupus, etc.
Este cenário está
envolvido nos mecanismos que originam a maioria das patologias nos países
desenvolvidos, especialmente: alergias,
debilidade do sistema imunitário, doenças auto-imunes, mas também em condições
virais, incluindo a diabetes.
Relaciona-se igualmente com problemas ginecológicos: endometriose,
infertilidade imunológica, tensão pré-menstrual associado a inflamações da tiróide e
ovários.
Participa no aparecimento
e evolução de muitos tipos de cancro.
O entendimento de
todo este processo é a chave para o e sucesso no tratamento de patologias como:
dor de ouvidos crónica e recorrente, tosse
crónica e recorrente, alergias crónicas, incluindo eczema e asma alérgico,
sobretudo nas crianças.
Bob Flaws - Keeping Your Child
Healthy with Chinese Medicine, The Prevention of Disease and Promotion of
Health, Blue Poppy, 1996