O China-Cornell-Oxford Project (conhecido como Projecto China) é o estudo mais abrangente sobre a associação entre alimentação e doenças na história da Medicina. O The New York Times chamou a esta investigação "O Grande Prémio de todos os estudos epidemiológicos" e "o estudo mais extenso e mais abrangente alguma vez levado a cabo sobre a relação entre a alimentação e o risco de desenvolvimento de doenças".
Sob liderança do Dr. T. Colin Campbell, da Universidade de Cornell, este estudo fez descobertas que viraram a comunidade das Ciências da Nutrição do avesso. Para surpresa de muitos, o Projecto China revelou que muitos dos factos que se incluíam na nutrição eram manifestamente falsos - como as afirmações do artigo anterior.
A China foi o local ideal para a realização deste estudo, já que a população numa determinada área do país fazia uma alimentação completamente diferente de outra que vivia a poucos quilómetros. Ao contrário do Ocidente, no qual todos temos uma alimentação muito semelhante, a China rural era um "laboratório natural" para estudar a complexa relação entre alimentação e doenças.
No âmbito deste estudo ocorreram descobertas fascinantes:
- quando o consumo de produtos de origem animal se aproximava de zero, os valores relativos à incidência de cancro diminuíam (nas áreas do país em que isto acontecia, praticamente não havia enfartes nem cancro);
- havia uma associação significativa entre a ingestão de proteína animal (mesmo que baixa) e os enfartes, e que estes eram prevenidos pelo consumo de verduras.
Produtos de Origem Animal - baixo (ou nenhum) teor de nutrientes que nos protegem contra o cancro e contra os enfartes - fibras, antioxidantes, fitoquímicos, folatos, vitamina E e proteínas vegetais. São ricos em substâncias que as pesquisas científicas têm demonstrado estar associadas à incidência destas doenças - gorduras saturadas, colesterol e ácido araquidónico. Estão também associados a elevados níveis da hormona IGF-1 no sangue, um conhecido factor de risco para variados tipos de cancro. O consumo de carnes magras e de aves ainda demonstrava uma forte relação com a elevada incidência de cancros.
Dr. Joel Fuhrman, "Comer para Viver", Lua de Papel, 2014
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