quinta-feira, 4 de maio de 2017

Fundamentos de Qigong - Parte I


Introdução
O estudo e a prática de Qigong tornaram-se muito populares desde a sua introdução na sociedade Ocidental, nos anos 70. Contudo, mantêm-se alguns problemas que podem dificultar a sua aprendizagem:

1. Apenas alguns livros explicam cientificamente o Qigong, de uma perspectiva teórica e simultaneamente, baseada em experiência antiga. Por este motivo, muitas pessoas continuam cépticas relativamente ao Qigong;

2. Poucos estudantes e investigadores se predispõem a unir esforços no sentido de explorar a vertente científica do Qigong, existindo assim, escassos estudos/resultados que o comprovem a sua utilidade e benefícios;

3. Muitas pessoas permanecem no aspecto tradicional e religioso, o que as impede de "abrir a mente" para uma outra cultura espiritual. O Qigong é uma ciência "do sentir interior" e de cultivação espiritual. Se não se consegue ou se não se tem o atrevimento de saltar fora do matrix tradicional, não se consegue aceitar esta ciência, estudada pelas sociedades Chinesa e Indiana, por mais de 4 mil anos;

4. Poucos praticantes qualificados de Qigong são capazes de ler, entender e traduzir adequadamente a vasta quantidade de antigos documentos. Estima-se que menos de 1% dos antigos documentos tenham sido traduzidos para línguas ocidentais. A sua maioria, tem sido escondida em mosteiros Budistas e Taoístas e apenas revelada nas últimas décadas;

5. Muitos praticantes de Qigong têm-no utilizado como forma de persuadir e enganar os seus seguidores. Isto fez surgir uma crença de superstição, veneração cega e dúvida face à verdade da prática de Qigong.



Qigong Chinês
Com mais de 4 mil anos de história, o Qigong Chinês deriva da experiência na cura e prevenção de doenças e na cultivação espiritual.
A partir dele, emergiram 4 principais escolas/vertentes: a médica, a escolar, a religiosa e a marcial. O Qigong pertence à essência da cultura chinesa, a qual não se pode dissociar do seu povo.

Ciência Ocidental versus Sentir
A ciência Ocidental desenvolve-se a partir do seu foco no mundo material. O que significa que aquilo que apenas pode ser sentido é considerado não-científico, e por isso, "o sentir interior" é ignorado.
Para os Chineses, Sentir é a linguagem que permite a comunicação entre mente e corpo, e que se "amplia" para além da comunicação entre corpo e a natureza, ou Tao.


Este Sentir tem sido estudado, tornando-se o núcleo da cultura Chinesa, e é especialmente cultivado nas sociedades Budista e Taoísta, onde o objectivo final é o de atingir a iluminação espiritual.
O estudo e a prática, realizados por mais de 2 mil anos, levaram a que esta cultivação atingisse um nível de desenvolvimento que não deixa espaço à interpretação da ciência material. 
Levará algum tempo até se quebrar esta barreira e se aceitar este conceito Oriental...

"A mais básica lição do Tao é a de que a única coisa permanente na vida é a impermanência, é o aspecto mutável de tudo; e ainda assim, comportamo-nos como se todas as nossas bênçãos ou problemas fossem permanentes. 
A meditação ensina-nos sobre a mutabilidade e a relatividade; mostra-nos como nos devemos deixar fluir com em vez de lutar contra as correntes de mudança." 




Adaptado de:
General Concepts, Qigong Meditation, 2006, Dr. Yang, Jwing-Ming, YMAA Publication Center
The Tao of Health, Sex & Longevity, 1989, Daniel Reid, Pocket Books

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