terça-feira, 5 de março de 2024

Ciclo menstrual em Medicina Chinesa



Muitas vezes, quando pensamos na saúde feminina, automaticamente, pensamos no ciclo menstrual. Embora, possa parecer redutor, acontece por uma óptima razão!

O ciclo menstrual é uma parte imperativa no corpo da mulher e a principal diferença biológica que a distingue do homem.

Cada fase, traz consigo alterações distintas que, têm ou podem ter efeitos na saúde emocionalmental e física da mulher.

Em Medicina Chinesa,  o ciclo menstrual, é entendido através de conceitos como yin, yang, qi e sangue - princípios fundamentais em Medicina Chinesa - e está dividido em 4 fases:

1) Menstruação;

2) Fase folicular;

3) Ovulação;

4) Fase lútea.

Relação corpo e Princípios fundamentais em Medicina Chinesa 

Antes de aprofundar um pouco o entendimento das 4 fases, irei comentar brevemente, a visão do corpo, em Medicina Chinesa,  particularmente,  no que diz respeito ao ciclo menstrual. 

A Medicina Chinesa vê o corpo como sendo uma interacção entre os seus constituintes:

- Qi, a força vital que abrange a totalidade de todas as outras;

- Sangue (Xue), funcionalmente semelhante ao sangue, na visão ocidental;

- Yin, a energia densa fria/fresca com forma física e associada aos fluídos/líquidos e ao feminino;

- Yang, o aquecimento associado à actividade,  energia e ao masculino.

O próximo artigo será, concretamente, dedicado às várias fases do ciclo menstrual. Haverá uma sucinta descrição de cada uma delas, onde serão referido(a)s aspectos energéticos e dicas benéficas,  que facilmente poderá incluir no seu dia-a-dia, nomeadamente,  de nutrição e de ervas medicinais chinesas.

Saúde Uterina e Medicina Chinesa

 


   Obstetrícia e Ginecologia têm uma longa história em Medicina Chinesa. 

    Os mais antigos registos datam da Dinastia Shang (1500-1000 a.C.).

   Uma das mais famosas obras clássicas, Huang Di Nei Jing (O Livro do Imperador Amarelo), reconhece as distintas diferenças e o especial cuidado que, a fisiologia feminina requer.

   Na obra, são descritos diagnósticos e tratamentos efectivos para um largo espectro de padrões patológicos, referentes a infertilidade, ginecologia,  gravidez e pós-parto.

   É,  também,  nestes primeiros registos, que se explica a conexão física e energética entre órgãos e meridianos, única, na anatomia feminina.

   Por exemplo, há referência e explicação,  relativas à função do útero, conectando-a com os órgãos coração e rim, através do Bao Mai (vaso do útero) e Bao Luo (meridiano do útero).


   A Medicina Chinesa constitui, pois, um auxílio importante, no que toca a diversas condições que afectam a população moderna e, neste caso, em especial, a mulher e a sua saúde ginecológica/reprodutiva - intimamente relacionada com a sua genética,  condições de vida,  ambiente, trabalho, família, stress, nutrição, actividade física, etc.

Em Medicina Chinesa, o objectivo que se pretende não será apenas o de tratar os sinais/sintomas, mas sim, ir à raiz que os causa.