A Terapia com Ventosas (cupping) é uma antigo método terapêutico - que se fundamenta de acordo com os princípios de Medicina Tradicional Chinesa - no qual o terapeuta coloca uma espécie de copos na superfície da pele durante alguns minutos, criando um efeito de sucção. As ventosas permanecem no corpo durante um período de tempo entre 3 a 10 minutos.
Este método é realizado por diversos propósitos: aliviar dor, tratar inflamação, melhorar circulação sanguínea, promover relaxamento e bem-estar e como um tipo de massagem que actua em tecidos mais profundos.
De que materiais são feitas as Ventosas?
- Vidro;
- Bambo;
- Terracota;
- Plástico;
- Silicone.
A Terapia com Ventosas parece estar agora na moda ou ser um método inovador, mas na verdade é bem antigo. Basta recuarmos a uma ou duas gerações, para se saber que até há bem pouco tempo, os médicos (mesmo no Ocidente) prescreviam o tratamento com ventosas, que seria feito em casa, pelos próprios pacientes. Não será invulgar encontrarmos uns copos de vidro, à partida estranhos, em casa dos nossos avós.
Pois bem, os primeiros registos desta antiga prática remontam às antigas civilizações Egípcia, Chinesa e do Médio Oriente. Um dos mais antigos textos médicos do mundo, o Ebers Papyrus, descreve como os antigos Egípcios utilizavam a Terapia com Ventosas em 1550 a.C.
Tipos de Terapia com Ventosas
Existem diferentes métodos que se podem agrupar numa de duas categorias:
- método seco (dry) ou método húmido (wet).
Em qualquer um dos métodos, o terapeuta introduz na ventosa uma substância inflamável tal como álcool, ervas ou papel e ateia-lhe fogo. Logo, de imediato, a ventosa é colocada no corpo do paciente, ficando a abertura da ventosa em contacto com a pele. Assim que o ar no interior da ventosa arrefece, cria-se o vácuo. Isto faz com que a pele suba e se torne avermelhada enquanto os vasos sanguíneos desse local se expandem. A ventosa permanece no local durante pelo menos 3 minutos.
Uma versão mais moderna desta terapia, utiliza uma bomba de borracha em vez do fogo para criar efeito de vácuo no interior da ventosa. Por vezes, utilizam-se ventosas de plástico ou silicone, as quais se podem mover na pele, de um lado para o outro, assemelhando-se a um efeito de massagem.
No método húmido, cria-se uma ligeira sucção durante 3 minutos. Depois, o terapeuta remove a ventosa e utiliza um pequeno bisturi fazendo leves e minúsculos cortes na superfície da pele. De seguida, o terapeuta coloca novamente a ventosa, no mesmo local, extraindo uma pequena quantidade de sangue.
Numa primeira sessão, poderão ser colocadas entre 3 a 5 ventosas. Ou o paciente poderá optar por experimentar apenas uma e sentir o seu efeito. Normalmente, e numa única sessão, são colocadas entre 5 a 7 ventosas. Ao terminar, o terapeuta utiliza um algodão embebido numa solução dérmica, anti-séptica e bactericida, para prevenir infecções. A pele do paciente voltará a ter o seu aspecto normal ao fim de 10 dias (no máximo).
O método húmido com ventosas parece remover substâncias prejudiciais e toxinas do corpo e promover o processo curativo.
Alguns pacientes são tratados com o método de agulha (needle cupping), no qual o terapeuta insere, em primeiro lugar, agulhas de acupunctura e depois coloca as ventosas por cima (permanecendo a agulha no seu interior).
Na China, a Terapia com Ventosas é preferencialmente utilizada em condições tais como:
- bronquite, asma e congestão nasal;
- desordens gastrointestinais;
- certos tipos de dor;
- depressão;
- redução de edema/inchaço localizado.
Frequentemente, as ventosas são colocadas no pescoço, ombros, costas e abdómen; nos membros superiores e inferiores com menor frequência.
Resultados demonstrados pela Investigação Científica
No que diz respeito a Terapia com Ventosas, a investigação não é muito extensa, no entanto é possível encontrar publicações relativas aos seus efeitos:
- Um relatório publicado no ano 2015, em The Journal of Traditional Chinese and Complementary Medicine, refere que este tratamento pode ajudar nas condições de
acne, herpes zoster e no controlo da dor;
- Outro relatório, este de 2012, publicado em PLoS One, investigadores australianos e chineses fizeram uma revisão a 135 estudos sobre Terapia com Ventosas. Eles concluíram que este método é efectivo especialmente quando o paciente recorre simultaneamente a outros tratamentos, tais como acupunctura ou fitoterapia, para várias condições, tais como:
- Herpes zoster;
- Acne;
- Paralisia facial;
- Espondilose cervical (problema causado pelo desgaste dos discos da coluna vertebral que leva a uma diminuição do espaço entre as vértebras cervicais, neste caso);
- A British Cupping Society diz que a Terapia com Ventosas utiliza-se no tratamento de:
- Desordens do sangue, tais como anemia e hemofilia;
- Doenças reumáticas como artrite e fibromialgia;
- Fertilidade e desordens ginecológicas;
- Problemas de pele como eczema e acne;
- Hipertensão arterial;
- Enxaquecas;
- Ansiedade e depressão;
- Congestão brônquica causada por alergias e asma;
- Veias varicosas.
Efeitos Secundários
A Terapia com Ventosas é bastante segura, desde que realizada por um profissional de saúde qualificado. É natural que, nos locais onde as ventosas são colocadas na pele, o paciente tenha sensação de pele dorida, hematomas, pele avermelhada ou arroxeada. Como referido anteriormente, a pele do paciente voltará a ter o seu aspecto normal ao fim de 10 dias (no máximo).Contra-indicações
Apesar dos seus inúmeros benefícios, a Terapia com Ventosas não deverá ser aplicada nas seguintes situações:
- pele inflamada por lesões cutâneas;
- febre alta ou convulsões;
- pacientes com problemas hemorrágicos;
- grávidas, no abdómen ou zona lombar;
- se é utilizado o método de deslizamento de ventosas, estas não devem cruzar zonas onde os ossos são mais proeminentes, como zona da coluna vertebral ou o zona das omoplatas.
Adaptado de:
Cupping Therapy, David Kiefer, MD, Agosto 2016, WebMD Medical Reference
Cupping, Acupuncture Today
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