sexta-feira, 31 de março de 2017

PODERES CIENTÍFICOS DA NUTRIÇÃO


A nutrição ideal, e o seu impacto na saúde dos seres humanos, continua a ser o motivo de debate e por vezes de cepticismo, principalmente porque cada um procura defender o seu ponto de vista ou as suas preferências em relação à alimentação.

No entanto, a grande quantidade de dados científicos que comprovam como uma nutrição de qualidade suporta as funções imunológicas – ou seja, aumenta as defesas contra infecções e cancro – tem sido surpreendente nos últimos anos.

Qualquer pessoa que se debruce sobre o estudo da nutrição e siga as últimas conclusões percebe que há determinados alimentos naturais, os chamados superalimentos (já que levam à superimunidade), que contêm MICRONUTRIENTES com efeitos protectores profundos. Há provas suficientes de que, ao definirmos um padrão de dieta rico em MICRONUTRIENTES, percebemos qual o segredo de uma saúde excelente e da fonte de juventude.

Micronutrientes
Os primeiros MICRONUTRIENTES foram encontrados nos anos 30: as Vitaminas e os Minerais. Os cientistas que levaram a cabo este estudo isolaram as partes das plantas que nos fornecem energia em forma de calorias e deram-lhes o nome de MACRONUTRIENTES – que incluem as gorduras, os hidratos de carbono e as proteínas. Todos eles contêm calorias, necessárias para a nossa sobrevivência. A água também se considera macronutriente, embora não contenha calorias.

MACRONUTRIENTES
MICRONUTRIENTES
Gorduras
Hidratos de carbono
Proteínas
Água
Vitaminas
Minerais
Fitoquímicos
Enzimas

Nessa mesma época, os cientistas descobriram que a insuficiência de certos MICRONUTRIENTES poderia provocar doenças graves:

CARÊNCIAS
DOENÇAS
Vitamina A
Xeroftalmia
Tiamina (Vitamina B1)
Beribéri
Niacina (Vitamina B3)
Pelagra
Vitamina C
Escorbuto
Vitamina D
Raquitismo e Osteoporose
Iodo
Bócio e Cretinismo
Ferro
Anemia e Atraso mental

Nos anos 40, a indústria de suplementos vitamínicos tornou-se a galinha dos ovos de ouro: as pessoas eram aconselhadas a beber sumo de laranja e a tomar comprimidos de Vitamina C, e a indústria alimentar passou a introduzir suplementos de Vitaminas A, B e D nos produtos alimentares transformados.


Nos anos 50 e 60, deu-se mais um aumento deste tipo de produtos alimentares enriquecidos. Nos países desenvolvidos, os alimentos processados acabaram por substituir os alimentos naturais, tornando-se a maior fonte de calorias.

O princípio da fast food
Ao longo da década de 60, as cadeias de fast food começaram a espalhar-se por toda a América e, nos anos 70, constituíam uma indústria que ascendia aos seis milhões de dólares (anuais, só nos EUA). Em 20 anos, ou pouco mais, chegaram a todo o lado.

O reforço dos alimentos tornou-se uma estratégia para compensar a insuficiência de nutrientes, própria dos produtos alimentares transformados.


Existem, actualmente, alimentos carregados de calorias por toda a parte, mas sem MICRONUTRIENTES na sua composição.

E qual é o resultado de tudo isto?

Hoje em dia, muita gente vive de produtos transformados, comida pré-cozinhada e fast food. Da nossa alimentação quase não constam vegetais, os cogumelos, as leguminosas ou as sementes!

Seguindo a direcção errada
Os produtos alimentares enriquecidos surgiram num momento inicial das ciências da nutrição e apenas num segmento: cientistas e Governo (s) achavam que se podiam prevenir complicações de saúde provenientes da má alimentação, das más escolhas alimentares ou dos produtos alimentares inadequados, ao proporcionar simplesmente os tais MICRONUTRIENTES que faltavam.

Apesar de o reforço destes nutrientes ter curado e prevenido uma série de doenças por insuficiência, esta abordagem gerou uma revolução nos alimentos transformados e na comida de plástico, que colocou os nossos hábitos alimentares e a saúde na direcção errada.

Esta mentalidade ainda existe actualmente, e continua a ser prejudicial, sobretudo de duas formas:
1. A alteração dos hábitos alimentares contribuiu para a deterioração do nosso sistema imunitário e expôs-nos a centenas de doenças;


2. A simplificação excessiva da nutrição humana levou ao aparecimento de fórmulas médicas na composição dos alimentos, como nos produtos para bebés, alimentação hospitalar líquida, bebidas nutricionais enriquecidas e suplementos alimentares. Todos estes produtos contribuem para problemas de saúde e, em última análise, para o desenvolvimento do cancro bem como de outras doenças crónicas.


Alimentação igual a Saúde, "Superimunidade" - Dr. Joel Fuhrman, Lua de Papel

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sexta-feira, 24 de março de 2017

Consumo Individual de Água


Talvez o princípio mais importante relativamente ao consumo individual de água seja o de escutar a sabedoria do nosso corpo e tomar água de acordo com a nossa sede.

Se se ingere grande quantidade de água devido a trabalhos forçados ou por calor interno, o ideal é fazê-lo pelo menos 30 minutos antes ou uma hora depois das refeições. De outra forma, as enzimas digestivas e as secreções diluem-se, e os nutrientes dos alimentos não se absorvem eficazmente. Quando a água é ingerida durante as refeições, é melhor que seja apenas numa quantidade reduzida e preferencialmente morna. Poderá optar-se por beber um chá de ervas no final da refeição.

A quantidade óptima de água a ser ingerida varia consideravelmente de pessoa para pessoa, sendo que os requisitos de uma pessoa podem ser variáveis de um dia para outro. Ainda que o “ter sede” seja o indicador mais importante, quase ninguém se dá conta da sede que tem. 
Assim, tal como o nosso instinto natural de respirar profundamente pode ser prejudicado pela contaminação do ar, muitas pessoas não bebem água pela sua natureza impura. Geralmente, isto não é uma decisão consciente. Quando há a possibilidade de se obter água pura, o instinto de querer tomá-la persiste.


A maioria de nós deve aumentar a quantidade diária de água ingerida, mas uma recomendação da quantidade de água para cada pessoa é impossível. 

Os factores chave e as propriedades, assim como os seguintes sinais de excesso/insuficiência de água podem ajudar-nos a decidir tomar água e a estimular o nosso instinto de revitalização.

Factores chave que influenciam a necessidade pessoal de ingestão de água
A necessidade de beber água diminui com:
- um estilo de vida sedentário;
- o consumo de fruta, vegetais e germinados;
- condições de Frio/Deficiência;
- climas frios e húmidos.
A necessidade de beber água aumenta com:
- actividade física;
- consumo excessivo de carne, ovos e alimentos salgados;
- febre ou condições de Calor/Excesso;
- climas secos, quentes e ventosos.
Propriedades principais da água: relaxa, humedece, acalma, arrefece e dissolve.


Tipo de Dieta vs Consumo de Água
A maioria parte da água que os vegetarianos consomem provém principalmente dos alimentos. 
As verduras e as frutas, frequentemente, representam mais de 90% da água diariamente ingerida, e a maioria dos outros alimentos vegetarianos como os cereais e as leguminosas, quando cozinhados, representam mais de 80%. As sopas, caldos e chás são quase na sua totalidade, água.


1. Ingestão excessiva de água 
Beber demasiada água de qualquer proveniência pode causar sensações de frio e debilita a digestão e a energia do corpo. Este ponto de vista fundamenta-se nas tradições chinesas de cura, que afirmam que:

"O excesso de água desgasta o “fogo digestivo” do Baço-Pâncreas e dificulta a funções do conjunto Rins/Suprarrenais de promover calor e energia (qi)"

Isto aplica-se especialmente aos alimentos frios e à água fria. Quando estes se consomem em excesso, há um desejo de consumir produtos de origem animal numa tentativa de criar um equilíbrio (pois estes são de natureza comparativamente, mais quente), em vez de se dar preferência a frutas e verduras.

2. Ingestão insuficiente de água
O consumo insuficiente de água causa intoxicação no corpo assim como:
- stress, tensão, contracção, comer excessivamente, secura e danifica os Rins. Sintomas de calor como inflamações, febres e sensações de muito calor podem ocorrer.

Ainda que uma dieta baseada em carne (rica em gorduras) se relacione com insuficiência de líquidos no corpo, também é frequente encontrar esta insuficiência entre os vegetarianos que consomem grandes quantidades de alimentos salgados, pouca ou nenhuma sopa ou alimentos cozinhados em pouca quantidade de água.


A quantidade de água na dieta influencia significativamente o prolongar de uma boa saúde.
A saúde do corpo e as suas funções internas demonstram que a água ingerida é de facto utilizada e distribuída, necessária e imprescindível!



Adaptado de Sanando con alimentos integrales, de Paul Pitchford, North Atlantic Books